A partir de 2025, a revisão dos dados no Cadastro Único dos beneficiários do Bolsa Família será intensificada, podendo resultar no corte de famílias que não atendem mais aos critérios de elegibilidade. Com a atualização constante desse cadastro, algumas famílias poderão ser identificadas como fora da faixa de renda necessária, tornando-se inelegíveis para o programa. Diante dessa possibilidade, nossa equipe entrou em contato com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) em busca de mais esclarecimentos.
Em resposta, o MDS afirmou que, entre 2023 e 2024, trabalhou intensamente na qualificação dos registros do Cadastro Único. A pasta explicou que o foco tem sido identificar inconsistências de renda, composição familiar divergente e registros desatualizados. Esse processo de verificação cadastral já ocorre de maneira rotineira e visa garantir a eficiência na distribuição dos benefícios sociais, como o Bolsa Família, de forma justa e direcionada a quem realmente precisa.
Segundo o MDS, a revisão cadastral não busca gerar economia, mas sim assegurar que os recursos sejam destinados a famílias que cumprem os critérios de vulnerabilidade. Esse esforço reforça o compromisso com a justiça social, pois prioriza famílias em situação de maior necessidade. Além disso, estudos estão em andamento para aprimorar os processos de verificação a partir de 2025, com o objetivo de aperfeiçoar o atendimento às famílias beneficiadas.
Desde 2023, ações como a averiguação cadastral e a busca ativa permitiram a inclusão de 2,86 milhões de novas famílias no Bolsa Família até dezembro de 2023, e de 1,37 milhão de famílias entre janeiro e julho de 2024. Essas iniciativas refletem a prioridade do governo em amparar a população em situação de vulnerabilidade social, ao mesmo tempo em que mantém o rigor nos critérios de elegibilidade do programa, prevenindo fraudes e abusos.
Além do Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) também passou por revisões cadastrais recentes. Em julho de 2024, a Portaria Interministerial MDS/MPS nº 27 iniciou uma nova rotina de revisão para o BPC. A medida busca atualizar as informações de beneficiários que não estão no Cadastro Único ou que não o atualizam há mais de 48 meses, embora até o momento não tenha havido suspensões de benefício, pois o prazo para regularização cadastral ainda não expirou.
Quem tem direito ao Bolsa Família?
Para ter direito ao Bolsa Família, a principal regra é que a renda de cada pessoa da família seja de, no máximo, R$ 218 por mês. Por exemplo, se apenas um integrante da família tem renda e recebe um salário mínimo (R$ 1.412), e nessa família há sete pessoas, a renda de cada um é de R$ 201,71. Como está abaixo do limite de R$ 218 por pessoa, essa família tem o direito de receber o benefício.
Importância do Cadastro Único
O Cadastro Único para Programas Sociais é um instrumento fundamental, coordenado pelo MDS, que coleta e organiza informações socioeconômicas de famílias de baixa renda no Brasil. O cadastro serve como porta de entrada para mais de 40 programas sociais, incluindo o Bolsa Família, e é essencial para caracterizar a situação de vulnerabilidade das famílias. Ele assegura que os recursos públicos sejam direcionados a quem realmente precisa.
Caso uma família deixe de atualizar o cadastro por mais de dois anos, poderá enfrentar bloqueios no benefício. A falta de atualização ocorre, por exemplo, quando o responsável familiar ignora avisos para comparecer ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) para confirmar os dados. Em alguns casos, o bloqueio também pode ser gerado por cruzamento de dados, onde a renda declarada diverge da real, tornando a família inelegível para o programa.
Para evitar bloqueios, é fundamental que os beneficiários do Bolsa Família e do BPC mantenham o Cadastro Único atualizado. Mudanças de endereço, composição familiar ou renda devem ser informadas imediatamente, de modo a garantir que o benefício permaneça ativo. Esse cuidado é essencial para que o benefício seja corretamente mantido, garantindo assistência contínua a quem precisa e reforçando a integridade dos programas sociais.